Da série "Dia a Dia de um militar " Treinamento na PRF



Uma nova serie no blog, Relatos do dia a dia de militares e policiais, toda semana, acompanhe...

Aulas de tiro no Curso de Formação da PRF


Assim que eu soube que havia passado em todas as etapas do concurso da PRF já comecei a pensar em como seria chegar na academia sem nunca ter dado um tiro. Pensei que, nesse caso, chegaria atrás dos outros aprovados e decidi: vou para um clube de tiro para praticar.

Chegando lá no clube pedi orientações. A dona do clube me ajudou a entender como funcionava a arma e me mostrou algumas técnicas e posições táticas para atirar. Assim se foram 50 disparos. Tiro visado, tiro instintivo, saque rápido, tiro duplo policial e tiro contra colete. Diversão total.

Pois bem, chegando à academia da Polícia Rodoviária Federal pensei: aula de tiro. Para mim, que trabalhava com papel em um ambiente de escritório, num belo dia quando entrei na sala de aula e vi uma PT 840 em cima da mesa de cada aluno, fiquei encantado. Nesse dia o instrutor deu 1 minuto para mexermos a vontade na arma. Depois as recolheu e começou uma aula teórica. Pensei: ahhh, e
os tiros?

Pois antes de atirarmos de fato treinamos muito em seco. Tiro em pé, deitado, posição torre, saque rápido, tiro andando, andar tático, tiro à retaguarda, transição de armas, tiro abrigado, tiro com apenas uma das mãos e tudo que se pode imaginar. Nessa hora que eu descobri o que era olho diretor e que meu olho diretor era trocado.

Depois usamos munição de treinamento, aquelas que só servem para dar peso à arma e fingir que dispara. E com essa munição treinamos novamente: Tiro em pé, deitado, posição torre, saque rápido, tiro andando, andar tático, tiro à retaguarda, transição de armas, tiro abrigado, tiro com apenas uma das mãos e, novamente, tudo mais que se pode imaginar.

Após esse treinamento todo eu pensei: agora estou pronto. Quero chegar ao estande de tiro e arrebentar.

E então finalmente chegou o grande dia. A hora que todos esperavam ansiosos. O dia de atirar com a munição de verdade. Chegamos ao estande correndo e cantando canções militares. Aquelas que um fala e os outros repetem, sabe? Pois é. Todos de colete, óculos de proteção e abafadores de orelha, coldre de perna, bornal e porta carregadores no cinto tático. Eu praticamente me sentia no cargo. Agora sou PRF, empolgação (drama mode ON).

Pegamos a arma e o carregador. Colocamos a arma no coldre e os carregadores, agora municiados - com as munições brilhando-, nos porta carregadores e nos dirigimos para a linha de tiro. Recebemos a instrução de como deveríamos fazer, sinais de apito que deveríamos obedecer e pronto. Finalmente chegou a hora da diversão.
Porém eu nunca imaginei que ficaria tão nervoso. Quando o instrutor mandou alimentar e arma e carregá-la, minhas mãos já tremiam. Suava muito e pensei: e agora?? Quando o instrutor falou: ao som do apito, 10 tiros visados, ao seu tempo. Priiii (som do apito! :P). Meu coração gelou. Frio na barriga! Mas eu já tinha atirado, pensava, por que diabos estou tão nervoso? Era incontrolável, apesar de todo o meu esforço para tentar controlar.

Mesmo com todo o nervosismo eu saquei devagar, mirei e respirei fundo, não necessariamente nesta mesma ordem. Acho que respirei fundo antes de mirar, na verdade. Era difícil demais manter a mira no alvo, já que ela se mexia muito. E logo eu tomo um susto. Alguém deu o primeiro tiro. E cada tiro que alguém da linha disparava era um susto. Que coisa estranha, pensei. Vamos lá PRF, se concentra, porr@. E, após disparados os 10 tiros, e depois mais 10, eu continuava extremamente nervoso. Foi quando eu pensei: será que eu odeio atirar? (Depois eu descobri que não. Que muita gente também estava tremendo e que isso era normal.)

Nas aulas posteriores fui ficando cada vez mais tranquilo. Até que tudo era bem normal. Atirar era bom e eu me empolgava com a transição de armas e com o tiro duplo policial em vários alvos. Apesar de gostar muito, tiro não era a aula mais legal. A aula mais legal era a Condução Veicular Policial. Mas isso é outra história.

Então não rejeite algo que não gosta logo na primeira tentativa. Dê a chance desse algo tentar te convencer. (Como eu achei essa postagem sem sentido, resolvi falar isso no final!! :P). São as aventuras de um Curso de Formação Policial! PRF! Orgulho de Pertencer!


creditos: novopolicial.blogspot.com.br APF do norte


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