Será?? Tentativa de homicídio contra LULA???



O ataque à caravana de Lula é investigado como disparo de arma de fogo com dano, diz delegado
Caso ocorreu na terça (27) no Paraná. Delegado responsável pelo caso negou afirmação de adjunto sobre tentativa de homicídio e participação de dois suspeitos.
delegado da Polícia Civil Hélder Lauria disse nesta quarta-feira (28) que investiga o ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná como disparo de arma de fogo com dano provocado.

Na terça, o delegado adjunto de Laranjeiras do Sul Fabiano Oliveira chegou a dizer que o caso estava sendo investigado como tentativa de homicídio, e que pelo menos dois suspeitos estariam envolvidos.
Ao G1, Lauria, que é titular da delegacia, negou as declarações do adjunto. Ele disse que as informações foram dadas de maneira desencontrada. "As informações são superficiais e não condizem com a realidade da investigação".
"Nós estamos tratando como disparo de arma de fogo e dano. Então, não estamos tratando como tentativa de homicídio por enquanto" - delegado Helder Lauria

Já o procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto disse que determinados atos contra a caravana podem vir a ser qualificados como "tentativa de homicídio". Ele citou o termo ao ser questionado nesta manhã sobre a diferença entre os episódios de violência recentes (os tiros, o arremesso de ovos e os ataques nas redes sociais). O procurador respondeu que há tipos penais específicos para cada crime.
“Há tipos penais específicos em relação à incitação do crime e há muito disso nas redes sociais. Por outro lado, há a apologia dos crimes que já foram praticados. Há as ações concretas, direcionadas à prática de lesões corporais, quando se quer estourar os pneus de um ônibus. Pode, enfim, lesionar até a tentativa de homicídio porque os atos podem culminar com a morte de alguém, assumindo-se o risco, portanto, de produzir a morte”, explicou Sotto Maior Neto.
Tiros e repercussão
O ataque ocorreu na tarde desta terça-feira (27) quando os dois ônibus da caravana seguiam de Quedas do Iguaçu, no oeste do estado, para Laranjeiras do Sul, na PR-473. Ambos os veículos foram atingidos. Um dos ônibus levava convidados e, outro, transportava jornalistas do Brasil e do exterior.
Ninguém ficou ferido. No momento dos disparos, Lula estava dentro da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFSS), em Laranjeiras do Sul.

Nesta manhã, o presidente Michel Temer criticou o ataque, afirmando que foi uma “pena” que tenham ocorrido os disparos. Segundo o presidente, o fato cria um clima de “instabilidade”.


Em seu perfil oficial no Twitter, o ex-presidente Lula repudiou a sequência de atos violentos. "A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus", informou o post. Presidenciáveis também lamentaram o ataque à caravana.


A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus.
Status da investigação
A Polícia Civil afirmou que foram pelo menos três disparos contra os veículos e que em um dos veículos há um tiro de cada lado. Na terça, o Partido dos Trabalhadores (PT), também disse que foram três disparos e que ninguém ficou ferido.
"As investigações são prematuras ainda. Nós tomamos alguns depoimentos. A perícia foi ao local e fez a perícia no ônibus e nós não recebemos ainda o laudo porque o perito ainda tem um tempo para deixar pronto", disse o delegado.
A Polícia Civil disse ainda que cogita a possibilidade de um quarto tiro no retrovisor de um dos veículos, mas disse que só a perícia poderá confirmar.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), disse que um inquérito policial foi aberto para apurar as circunstâncias do fato e que duas equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) estão na cidade de Laranjeiras do Sul para ajudar nas investigações. (Veja a íntegra da nota no final da reportagem.)
Diferença entre disparo e tentativa

O professor de direito do Instituto de Direito Público de São Paulo João Paulo Martinelli explicou ao G1 que os dois crimes são diferentes. Na tentativa de homicídio, segundo ele, a lei considera que a pessoa tem a intenção de matar uma pessoa, mas não consegue. "A pessoa dispara, cria uma situação de perigo criada justamente pelo desejo de matar alguém".
No caso do crime de disparo de arma de fogo, explicou o professor, que a intenção da pessoa não é matar alguém e sim provocar uma situação de perigo. "A pessoa dispara em via pública, cria uma situação de perigo a quem estiver próximo, mas o sujeito, em nenhum momento tem a intenção de matar."
Segundo o professor, caso o perigo causado pelo disparo da arma de fogo se concretizar em um dano efetivo, ou seja, acertar uma pessoa, a tipificação poderia mudar, por exemplo, para lesão corporal culposa ou dolosa.

Episódios de violência

A caravana de Lula pelo Sul tem registrado episódios de violência. No domingo (25), ovos e pedras foram arremessados contra o palanque em que o petista estava em São Miguel do Oeste (SC).
Segundo o jornal "O Globo", o ex-deputado Paulo Frateschi, que estava ao lado de Lula, foi atingido e teve de ser levado para o hospital com um ferimento grave na orelha, mas passa bem.
Antes, manifestantes jogaram pedras e ovos contra a comitiva do ex-presidente na chegada à cidade.
Na tarde de segunda-feira (26), um repórter do jornal "O Globo" foi agredido por um segurança de Lula, durante cobertura de uma manifestação contrária ao petista em Francisco Beltrão. Ao veículo, a assessoria do PT informou que lamentava o ocorrido.
Veja a nota da Secretaria de Segurança Pública do Paraná
A respeito do episódio envolvendo a caravana do ex-presidente da República, a Secretaria da Segurança Pública informa:
- Um inquérito policial foi aberto para apurar as circunstâncias do fato e duas equipes do COPE (Centro de Operações Policiais Especiais), unidade de elite da Polícia Civil do Paraná, estão na cidade de Laranjeiras do Sul para ajudar nas investigações.
- O Instituto de Criminalística do Paraná está finalizando o laudo de perícia no ônibus e o documento deve ficar pronto nos próximos dias.
- Não houve qualquer pedido formal de escolta da caravana do ex-presidente nem o próprio ex-presidente, embora ele tenha esta prerrogativa. Tanto é que o paradeiro dele é incerto e não sabido. Cabe ressaltar que houve alteração, por parte dos organizadores da caravana, do roteiro e do cronograma que foram informados previamente às forças de segurança do Estado do Paraná.
- Por fim, a Sesp reafirma que a Polícia Militar do Paraná reforçou o policiamento em todos os locais indicados pelos representantes da caravana, onde seriam realizadas as manifestações com a presença do ex-presidente Lula.


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